Introdução
A Associação Humanitária dos Dadores de Sangue de barcelos data de 1956, tendo sido aprovado o seu Estatuto, por despacho do Subsecretariado de Estado da Assistência Social de 19 de Maio do mesmo ano.
Nessa altura, ocorreu na Hungria um sangrento levantamento popular contra o opressivo regime político então vigente naquele País e, só silenciado pela força das armas e pela violenta intervenção das polícias.
O sangue derramado pelo martirizado povo hungaro salpicava as ruas e praças de Budapeste.
Da Europa ocidental partiram os mais angustiantes apelos em favor das vítimas, as Caritas e a Cruz Vermelha multiplicavam-se sem parança; além de géneros alimentícios, medicamentos e vestuário precisavam, como necessidade vital, de muito e muito sangue.
Barcelos, num dar e apertar de mãos, através da sua jovem associação humanitária, impulsionada pelo incansável e contagiante exemplo do seu criador - Aires Duarte - foi das primeiras a responder.
Só em dois dias colheram-se mais de três dezenas e meia de "unidades", de quatrocentos c.c. de sangue, que rapidamente, por via aérea, foram enviadas, para a Áustria e daqui para Budapeste.
Aires Duarte - médico distinyo - congregou as consciências e vontades dos Barcelenses, oriundos dos mais diversos extractos sociais, económicos e políticos, tornando barcelos, nesse distante ano de 1956, num notável e lindo exemplo de solidariedade e de desinteressado amor ao próximo.
Com o decorrer dos anos e a profunda e substancial alteração da política de doação e recolha de sangue, impunha-se por evidente e necessária, dada a desconformidade frontal do estatuto de 1956 com a referida política, a sua reforma com a actual redacção, assim se repondo a legalidade estatutária na primeira associação de dadores de sangue a ser fundada em Portugal.