Tansfusão de sangue
ADMINISTRAÇÃO DE SANGUE
TRANSFUSÃO
A administração de sangue obedece aos principios gerais das perfusões endovenosas, havendo que ter em conta alguns pormenores:
O doente deverá ser vigiado com atenção durante a transfusão sendo aconselhável medir (e registar) a frequência do pulso e a T.A. pelo menos no inicio, meio e fim de cada unidade de sangue.
Uma unidade de sangue (500ml sangue total ou 250ml de conc. GV) não deverá correr em menos de 2 horas (max. 40gtts/min), excepto em situações em que seja necessário restabelecer a volémia rápidamente, nem mais do que 4 horas.
Os sistemas que serviram a sangue não devem ser usados para administração de soluções contendo dextrose ou glucose dado que estes açucares provocam uma aglutinação não especifica dos G.V., podendo causar hemolise 'in vivo'
A unidade de sangue com provas de compatibilade efectuadas é enviada aos serviços com uma ficha em duplicado. Nesta ficha deve ser registado a hora de inicio e fim da transfusão e identificação de quem administrou a transfusão. O original deverá ser colado no processo do doente e a cópia develvovida ao serviço de transfusão. No verso estão descritas as medidads a tomar no caso de suspeita de reação transfusional
Deverão ser registados no processo do doente a transfusão e eventuais complicações.
O Serviço de Hematologia deverá ser informado de todas as reacções anómalas que ocorram no decurso ou após a transfusão, de modo a ser possivel tomar medidas que as evitem no futuro.
ATITUDE A TOMAR NO CASO DE 'TRANSFUSÃO LENTA'
REACÇÕES TRANSFUSIONAIS
Entende-se por reacção transfusional todo e qualquer sintoma ou sinais clinicos anomálos que se manifestam no decorrer e no periodo que se segue a administração de sangue
Algumas destas reacções são comuns a situações de adminstração prolongada de liquidos por via endovenosa.
Assim :
Os sintomas mais frequentes são: sensação de opressão torácica ou de afogamento e agitação intensa. Sinais clinícos: congestão da face, polipneia, aumento da T.A. e pulso. Ocorre com frequência em doentes com anemias 'crónicas' ou prolongadas e na grávida. Não é prudente administrar a um doente que não esteja a sangrar mais do que duas unidades de sangue total (3-4 de conc. GV) por dia e o tempo minimo para da transfusão de 1 Un não deve ser inferior a duas horas.
Medidas profilácticas - Administrar o sangue com o doente sentado ou semi-sentado, regular o débito de sangue - 1 unidade em mais de 2 horas, max.2-3 unidades/dia - controlar o pulso com frequência. Tratamento - Furosemide i.v. eventualmente digitalização, estando contra-indicado o uso de oxigénio.
REACÇÕES PRÓPRIAS Á TRANSFUSÃO
DEVEM SER RARAS
Reacções alérgicas por adminstração de alergenos ou de reaginas através do plasma do sangue administrado. Sintomas e sinais clinícos: prurido intenso, urticária, edema angioneurótico, ocorrem precocemente e habitualmente não tem repetição
Reacções imunológicas - resultam da presenca de anticorpos anti-leucocitarios ou anti-proteinas plasmáticas, sendo frequentes em doentes poli-transfundidos e em multíparas.
Reacções hemolíticas
Imediatas - na sequência da destruição intravascular rapida dos G.V. do dador ou do receptor (no caso do uso de sangue dito de "dador universal") por aglutininas 'completas' e manifesta-se por uma situação de choque grave, com frequência precedido de dor violenta no local da punção venosa.
A GRANDE MAIORIA DESTE TIPO DE REACÇÕES DEVE-SE A ERROS DE IDENTIFICAÇÃO DO DOENTE OU CONTAMINAÇÃO DO SANGUE (SANGUE AQUECIDO)
É uma situação grave que requere o apoio de especialista = HEMATOLOGISTA
Tardias - na maioria das vezes silenciosas (ocasionalmente podem dar ictericia fruste 12 a 36 horas após a transfusão) manifesta-se pelo facto de a hemoglobina não subir para os valores esperados após transfusão.
1 UNIDADE de SANGUE = subida de Hb > 1 g/dl
Corolário - a administração de sangue obriga a controle da Hb 36 - 48 após transfusão.
ATITUDE A TOMAR NO CASO DE REACÇÃO TRANSFUSIONAL